quinta-feira, 15 de junho de 2017

Luz, Câmera, Ação

5. APLICAÇÃO À REALIDADE

    Foi realizada no dia 25 de maio de 2017, seguindo o Arco de Maguerez, a ação de cunho educativo e troca de conhecimentos entre a equipe de acadêmicas, docente e os profissionais da Unidade de Pronto Atendimento. No primeiro momento, foi organizado o ambiente utilizado para ação e, após, esta foi iniciada com a apresentação da equipe aos profissionais ali presentes. Posteriormente, foi realizada a ação educativa com uma breve abordagem das metas de segurança do paciente, uma encenação, roda de conversa e o coffee break.

Figura 1: Organização do ambiente da ação educativa.
Fonte: Protocolo de pesquisa.


Figura 2: Ambiente da ação educativa organizado.
Fonte: Protocolo de pesquisa.

Figura 3: Apresentação da equipe de acadêmicas e docente aos profissionais da unidade.
Fonte: Protocolo de pesquisa.


AÇÃO EDUCATIVA

Breve abordagem das Metas Internacionais de Segurança do Paciente
  • Entrega de crachás confeccionados pela equipe aos profissionais presentes como recurso didático para acompanhamento da explanação do tema;
  • Contextualização da temática Segurança do Paciente;
  • Conceito de cada meta;
  • Exemplos de aplicabilidade das metas na referida unidade.

Figura 4: Entrega dos crachás.

Figura 5: Abordagem das metas se segurança do paciente.
Fonte: Protocolo de pesquisa.

Encenação

     No segundo momento da ação educativa, foi orientado aos profissionais que seria apresentado uma encenação, pela equipe, sendo abordado uma das seis metas de segurança do paciente e que, após esta, seria realizado uma roda de conversa a partir da meta por eles identificada. Segue abaixo o roteiro das cenas.
  1. A narração, inicialmente, segue com a apresentação da paciente 1 e 2, que possuíam o mesmo nome, e é relatado o horário de chegada, a classificação de risco e o atendimento médico destas, sendo ambas encaminhadas ao posto de enfermagem.
  2. No posto de enfermagem, a enfermeira prepara-se para realização das medicações prescritas. A paciente 1, bastante inquieta pela demora no atendimento, dirigiu-se ao banheiro minutos antes em que deveria ser medicada.
  3. A enfermeira chama a paciente 1 somente pelo primeiro nome, e sem certificar se a paciente 2, que foi até ela, era a correta, medicou-a com Dipirona.
  4. A paciente 1 ao retornar ao posto de enfermagem questiona a enfermeira sobre a demora do atendimento, onde é orientada a aguardar.
  5. No momento em que está a preparar outra medicação (Buscopan), a paciente 2 apresenta reação alérgica e questiona a enfermeira a respeito do que foi administrado. Ela informa que foi administrado dipirona e, no mesmo instante, a paciente 2 afirma ser alérgica a esta medicação e que havia informado o médico, que prescreveu Buscopan. A narração encerra a cena relatando o encaminhamento da paciente 2 ao médico para a tomada de medidas cabíveis ao seu quadro clínico no momento.


Roda de conversa

     No momento seguinte foi realizada uma roda de conversa entre os profissionais presentes na ação a respeito da meta que havia sido abordada na encenação, estes, em sua maioria, identificaram que a meta 1 (identificação correta do paciente) foi a abordada na cena reproduzida pelo grupo, ainda que houvesse alusão às demais metas de segurança do paciente. 

Posteriormente, foram feitas colocações pelos profissionais sobre as formas de evitar os erros ocorridos na encenação, além de outros ocorridos em suas vivências profissionais.

Considerações a partir da encenação
  1. Não houve a utilização de pelo menos dois identificadores, que é necessária.
  2. Antes do procedimento, a enfermeira não questionou se a paciente possuía alergia ao medicamento que seria administrado, pois, as vezes, há pacientes que possuem alergia medicamentosa, mas não relatam para o médico.
  3. A administração de medicamentos deve seguir os 11 certos.
  4. É importante que antes de qualquer procedimento seja realizado a higienização das mãos.
Considerações a partir das vivências profissionais
  1. Sempre solicitar na admissão a apresentação da Carteira de Identidade do paciente.
  2. Apesar de não ser utilizada a pulseira de identificação, que é prevista em protocolo, há outras medidas que assegurem a correta identificação do paciente, sendo uma destas a comunicação eficaz em que há a necessidade de confirmar mais de um identificador  antes de qualquer procedimento com o paciente.
  3. A comunicação eficaz é necessária entre os profissionais, principalmente, em relação a alguma mudança, como, por exemplo, um medicamento quando trocado de lugar deve ser informado a equipe a fim de que com a rotina adquirida pelo profissional não potencialize a ocorrência de um incidente com medicação errada.
  4. É necessário que o profissional se avalie, constantemente, quanto as falhas que comete a fim de que sejam corrigidas com devida atenção.
  5. É necessário que cada categoria profissional, com devida atenção, mantenha suas barreiras a fim de evitar incidentes a saúde do paciente, como, por exemplo, o farmacêutico da unidade que não liberou a medicação prescrita do dia, pois no dia anterior havia recebido a receita do mesmo paciente que constava que este possuía alergia ao medicamento solicitado.

Coffee Break
     Por fim, foi informado que os crachás eram brindes da equipe para os profissionais presentes na ação e foram servidos os lanches aos mesmos. Além disso, foram doados à enfermeira supervisora os crachás restantes e os cubos para que fossem colocado um em cada posto de enfermagem da unidade.  

Figura 6: Entrega dos lanches.
Fonte: Protocolo de pesquisa.

Figura 7: Coffee Break.
Fonte: Protocolo de pesquisa.

Figura 8: Final da ação, profissionais, discentes e docente orientadora.
Fonte: Protocolo de pesquisa.

Figura 9: Discentes e Docente orientadora.
Fonte: Protocolo de pesquisa.

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Da sala de aula à prática

UM OLHAR ANALÍTICO E CUIDADOSO 
O aprendizado é mais eficiente quando obtido através da experiência, pois a prática é uma maneira de assimilar o conteúdo de modo reflexivo e conhecer a comunidade no local. Além disso, a educação, como método transformador, prepara o aluno à sua futura profissão, sendo esta mesclada com o que foi absorvido em teoria e vivenciado a partir da realidade (SCALABRIN e MOLINARI, 2013).
A metodologia utilizada foi a da problematização de Charles Maguerez, que se dá em cinco etapas (Figura 1). Esta estimula o pensamento crítico acadêmico, a tomada de decisões e as propostas de soluções com o intuito de melhorias no ambiente em que está inserido (PRADO et al, 2012) .

Figura 1: Arco de Maguerez.
Fonte

1. OBSERVAÇÃO DA REALIDADE
     Em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade de Belém-PA, nas aulas práticas do componente curricular "Enfermagem em Urgência e Emergência", a equipe de acadêmicas e a docente orientadora, seguindo o método de Maguerez, observaram que no local havia, periodicamente, a realização de educação continuada dos profissionais. Além disso, observou-se a aplicabilidade das Metas Internacionais de Segurança do Paciente dentre as áreas de assistência existentes na unidade, sendo que a aplicabilidade da meta 1 não estava de acordo com o protocolo da identificação do paciente (BRASIL, 2013).


Figura 2: Discentes em prática.


2. PONTOS CHAVES
     No segundo momento foram levantados os pontos chaves mediante a realidade local, sendo estes: a ausência de cartaz e materiais relacionados à segurança do paciente (Figura 3), não utilização da pulseira de identificação, além da presença de leitos ocupados não identificados ou divergentes do protocolo (Figuras 4 e 5).

Figura 3: Mural do Posto de enfermagem da instituição.Fonte: Protocolo de pesquisa.

Figura 4: Leito em uso e identificação divergente do protocolo.
Fonte: Protocolo de pesquisa.



Figura 5: Leito em uso, sem identificação.
Fonte: Protocolo de pesquisa.


3. TEORIZAÇÃO

“O cuidado à saúde, que antes era simples, menos efetivo e relativamente seguro, passou a ser mais complexo, mais efetivo, porém potencialmente perigoso (CHANTLER, 1999 apud BRASIL, 2014).”

MODELO DE REASON - QUEIJO SUÍÇO

"As medidas de segurança baseiam-se no fato de que não podemos mudar a natureza humana, mas sim as condições sob as quais os seres humanos trabalham. A ideia central é a dos sistemas de defesa, ou seja, toda tecnologia perigosa possui barreiras e salvaguardas. Quando um evento adverso ocorre o importante não é quem cometeu o erro, mas sim como e porque as defesas falharam (REASON, 2000 apud CORREA; JUNIOR, 2007)."

Figura 6: Modelo de Reason.
Fonte



PROTOCOLO DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE

Finalidade
     Assegurar a correta identificação do paciente para reduzir ocorrências de incidentes do mesmo, desde a admissão até a alta do serviço, isto é, garantir que o cuidado seja prestado à pessoa ao qual se destina. Com base nisto, a utilização da pulseira de identificação é um processo que demonstrou altos níveis de consciência profissional da equipe, principalmente, em casos de emergência, além disso, estudos indicaram que os pacientes apresentaram aceitação ao método, uma vez que os mesmos consideravam importante a necessidade de algum método de identificação (BRASIL, 2013).

Identificação do paciente
Abrangência
  • Todos os ambientes em que há prestação do cuidado de saúde, por exemplo, unidades de internação, ambulatórios, salas de emergências, dentre outros.
Pulseira de identificação
  • Identificar o paciente na admissão, sempre que a identificação for retirada ou apresentar danos, e em casos de transferências. 
  • Cor branca padronizada, tamanho adequado ao perfil do paciente, confortável (forma, bordas, fixadores e material), impermeável e de fácil uso;
  • Uso de pelo menos dois identificadores;
  • Colocar a pulseira de identificação em membro superior nos adultos e membro inferior em recém nascidos, sendo observados os caso especiais.

Figura 7: Pulseira de identificação do paciente.
Fonte

Identificadores
  • Nome completo do paciente;
  • Data de nascimento;
  • Nome completo da mãe do paciente;
  • Número do prontuário do paciente.
Situações especiais de identificação do paciente
  • Edemas;
  • Amputações;
  • Presença de dispositivos vasculares;
  • Pacientes com grandes queimados, mutilados ou politraumatizados.
Confirmar a identificação do paciente sempre antes dos seguintes procedimentos
  • Administração de medicamentos;
  • Administração do sangue;
  • Administração de hemoderivados;
  • A coleta de material para exame;
  • A entrega da dieta;
  • A realização de procedimentos invasivos.

Figura 8: Passo a passo da identificação segura.
Fonte


4. HIPÓTESES DE SOLUÇÃO

"Pela reflexão e crítica num trabalho interdisciplinar, é possível construir uma nova consciência da realidade do pensar com a troca, a reciprocidade e a integração entre diferentes áreas, objetivando a resolução de problemas de forma global e abrangente (SILVA; SEIFFERT, 2009)."

Mediante a observação e teorização, as hipóteses de solução levantadas pela equipe foi a realização de uma ação educativa relacionada as Metas Internacionais de Segurança do Paciente, roda de conversa e doação de materiais com conteúdos da segurança do paciente elaborados pelo Ministério da Saúde, sendo estes dois cubos e trinta crachás.

Figura 9: Materiais de Segurança do Paciente elaborados pelo Ministério da Saúde.
Fonte





REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Anvisa. Fiocruz. Anexo 02: Protocolo de Identificação do Paciente. 2013. Disponível em: <http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes/item/identificacao-do-paciente>.

BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Documento de referência para o Programa Nacional de Segurança do Paciente. Brasília : Ministério da Saúde, 2014. Disponível em <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/documento_referencia_programa_nacional_seguranca.pdf>.

CORREA, C.R.P.; JUNIOR, M.M.C. Análise e classificação dos fatores humanos nos acidentes industriais. Revista Produção. v. 17, n.1, Jan./Abr. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65132007000100013>.

SILVA, G.M.; SEIFFERT, O.M.L.B. Educação continuada em enfermagem: uma proposta metodológica. Rev. Bras. Enferm. v. 62, n. 3. Brasília. Mai./Jun. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v62n3/05.pdf>.

PRADO, ML; VELHO, M.B.; ESPÍNDOLA, D.S.; SOBRINHO, S.H.; BACKES, V.M.S. Arco de Charles Maguerez: refletindo estratégias de metodologia ativa na formação de profissionais de saúde. Escola Anna Nery. v. 16, n. 1. Rio de Janeiro. Mar. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452012000100023>.

SCALABRIN, I.C.; MOLINARI, A.M.C. A importância da prática do estágio supervisionado nas licenciaturas. Revista Unar. v. 17, n.1. 2013. Disponível em: <http://revistaunar.com.br/cientifica/documentos/vol7_n1_2013/3_a_importancia_da_pratica_estagio.pdf>.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Segurança do paciente

   O Plano Nacional de Segurança do Paciente foi instituído no Brasil pela Portaria GM/MS n° 529 em 01/04/2013 com a finalidade de normatizar medidas possíveis, que visam a qualidade do cuidado prestado em todos os estabelecimentos de saúde do país, de modo que estas reduzam ao mínimo possível risco de dano desnecessário, incidentes e eventos adversos à saúde do paciente.
    A RDC n° 36 de 25/07/2013 normatiza a implantação do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) com referência a aplicabilidade deste em serviços de saúde do Brasil. O Caderno 6, da Série Segurança  do Paciente e Qualidade  em Serviços  de Saúde, elaborado pela Anvisa, disponibiliza informações a respeito da constituição do NSP, de acordo com o Art. 5° da RDC n° 36, e da instrumentalização da equipe do Núcleo em relação a operacionalização das ações e estratégias voltadas a promoção da segurança do paciente.
   A partir de 2004, a Anvisa incorporou em sua área de atuação as ações previstas na Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, elaborada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que identificou seis áreas da assistência consideradas problemáticas. A partir destas, foram instituídas as Metas Internacionais de Segurança do Paciente  direcionadas ao cuidado do paciente e as práticas de vigilância e monitoramento. São  elas:

Meta 1: identificar corretamente  todos os pacientes  antes da realização de procedimentos, tratamentos e de exames. É  importante para evitar erros de administração  de medicamentos  e cirurgias em paciente errado, por exemplo, deste modo, deve-se checar pelo menos dois indicadores (nome, n° prontuário, data de nascimento, dentre outros) antes da administração de medicamentos, sangue e hemoderivados, coleta de amostra de sangue, dentre outros.

Meta 2: melhorar a comunicação entre os profissionais da assistência, especialmente nas ordens verbais e telefônicas. O profissional que recebe a informação deve compreender e registrar esta corretamente, com isto, é importante confirmar a ordem ou resultado informado.

Meta 3: melhorar a segurança das medicações de alta vigilância. Há medicações que não devem estar facilmente disponíveis, principalmente eletrólitos de alta concentração, e devem ser enviadas individualmente para cada paciente. As que ficam em carrinhos de emergência são identificadas com a etiqueta vermelha e segregadas das demais.

Meta 4: assegurar cirurgias com local de intervenção correto, procedimento correto e paciente correto. É importante atentar para a marcação do local de cirurgia e realização de check list de cirurgia segura.

Meta 5: reduzir o risco de infecções associadas aos cuidados de saúde. A higienização das mãos é uma medida, primariamente, fundamental. Além disso, é importante a monitorização do uso de antibióticos para profilaxia e tratamento, implementação de medidas de prevenção à infecção da corrente sanguínea por cateter venoso central, prática correta das técnicas de isolamento de contato, dentre outros.

Meta 6: reduzir o risco de lesões ao paciente, decorrentes de quedas. É necessária a avaliação e reavaliação, periodicamente, em relação ao risco de queda, principalmente, quando associado ao uso de medicamentos prescritos, dentre outros.




REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério  da Saúde. Folder metas. Rio de Janeiro. Disponível  em: <htpps://www.into.saude.gov.br>arquivos>.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Implantação do Núcleo  de Segurança do Paciente em Serviços  de Saúde: Série Segurança  do Paciente e Qualidade  em Serviços  de Saúde. Brasília: Anvisa, 2016. Disponível em: <www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes/item/caderno-6-implantacao-do-nucleo-de-seguranca-do-paciente>. 

BRASIL. Portaria n° 529, de 01 de abril de 2013. Institui o Plano Nacional de Segurança  do Paciente (PNSP). Ministério  da Saúde. Disponível em: <www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/legislacao/item/portaria-529>. 

BRASIL. Resolução RDC n° 36, de 25 de julho de 2013. Institui Ações para a segurança do paciente em serviços de saúde e dá outras providências. Anvisa. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2013/rdc0036_25_07_2013.html>.